terça-feira, 31 de março de 2009

A Casa Perfeita II - Algo Mais Que Tecnologia -


(Leia a postagem anterior A Casa Perfeita, antes!)

Triste história, eu sei, mas é para pensar. A frieza da máquina. Não estamos tão longe de Arthur. Cercamos-nos desde modelo cibernético de existência. Bebês que nascem de provetas, que nunca conhecem seus pais, que são um objeto privado de suas mães, pedidos por encomenda, por catálogo. Com o tempo nascerão bebês de útero artificial, e nem sequer necessitarão de mães.

Se vivemos de máquinas e para máquinas, marchamos para a grande tristeza. A palavra cibernética foi cunhada no início do século XX por Norbert Wiener. É do grego kybernetes referindo-se à timoneiro, e da mesma raiz vem o verbo “governar”. Governar o que? A mensagem. Tudo o que existe são comunicação e tradução de mensagens. Quando toco certas teclas no computador e envio uma mensagem, ele me responde com outra mensagem e, em seguida volta a ordenar. Assim há um governo, um manejo de mensagem, um leme e um timoneiro.

A nave que se conduz e é conduzida devidamente nesta interconexão de mensagens. Wiener, em seu livro Cibernética e Sociedade, denomina cibernética ao estudo de mensagens como meio de manejar aparatos ou grupos humanos. Normalmente este nivelamento

de aparatos com grupos humanos produz ofuscação e ira.

São diferentes, desde então, e ninguém tem intenção de confundi-los. O que Wiener nos ensina, justamente, é que se quisermos que o humano funcione bem, temos de aprender a manejar as mensagens e decifrá-las corretamente.

As máquinas são para nosso serviço. O outro é minha finalidade, e a máquina é um meio para avançar em conforto, em telefone, em fax, em canais de televisão. São meios da vida e não a vida. A vida a constitui o homem com outros homens no mundo dos sentimentos. Este mundo está também dominado pela teoria das mensagens. Antes a regulação vinha dada pela tradição, a religião, o autoritarismo. Agora estamos sozinhos e devemos nos regular entre nós, conhecendo nossas limitações. Seremos muito mais felizes se aprendermos o que se pode se dar e o que é impossível de ser dar. O insensato romantismo tem nos causado danos e sofrimento. A nós como pares e a nossos descendentes como filhos.

Wiener, no citado livro, escreve:

“A educação do cidadão norte americano... está calculada para protegê-lo solicitamente contra a consciência da morte e condenação. Educa-o em uma atmosfera de Papai Noel, e quando descobre que ele é um mito, chora amargamente. Nunca aceita inteiramente a ausência dessa divindade em seu panteão e gasta grande parte de sua vida em busca de um substituto emocional.”

Não podemos viver sem mitos, mas podemos rever os mitos que estão sob nossos pés e verificar, como disse Morin, quais são bons, os que nos fazem bem, e quais são ruins, que nos fazem mal. Os mitos ruins são os que prometem um paraíso que nunca podemos alcançar e convertem a existência em uma frustração constante. Um mito bom é a fé no paraíso, aqui e agora, para hoje e amanhã, para nós e para os outros, a base de trabalho, de regulação de mensagens e contenção de emoções agressivas e estímulo de atitudes criativas.

Querer é crer. Não é a casa perfeita que nos fará felizes. Somos os felizes que construímos a casa perfeita. Nossa fé. Escolhida e decidida pela liberdade. Wiener: “A ciência é um modo de vida que pode florescer somente quando os homens gozam de liberdade para ter uma fé.”


quarta-feira, 25 de março de 2009

A Casa Perfeita - do livro "Para quererte mejor"

Jaime Barylko (*)

Arthur Clarke se volta para o futuro e imagina uma história do ano 2019, quando o homem estaria vivendo totalmente absorvido em um mundo de aparatos, autômatos, robôs e computadores.

Existe um personagem que se chama Arthur. Na realidade, não se trata de um ser humano, mas de uma casa. Sim, uma casa inteligente. Enfim, personagem, porque fala, dialoga, se comunica, atua, reage.

Pela manhã, Arthur abre as persianas, prepara o café, anuncia a temperatura, põe música clássica. Arthur, esta casa inteligente e perfeita, também faz a ambientação que o cliente desejar. Repentinamente o faz sentir ventos, calor, ou lua cheia. Gradua a temperatura a seu gosto, se quer dormir nu ou com três cobertores.

Samuel Palmerstone é o nome do habitante da casa. Na realidade, deveria ser dito, o amigo de Arthur. Afinal é o que são, amigos. Um pede, o outro lhe dá; um pergunta, o outro aconselha. Amigos. Um dia se conheceram e foram se amoldando um ao outro.

“A Arthur custou vários meses para conhecer Palmerstone e ajustar a programação da casa e seus estados de ânimo, rotinas, gostos e manias...”

Com o tempo, está claro, foram se conhecendo e cultivando a amizade que ocorre com a convivência. Arthur “também se encarregava de acompanhar seus negócios e tinha autorização para comprar ou vender os estoques da Palmerstone quando os preços ultrapassassem certos limiares”.

Porém nada é eterno. Ocorreu a fadiga. Palmerstone se cansou de tanta perfeição. Parece que a perfeição pode aborrecer e ser cansativa. De modo que Palmerstone um belo dia decidiu mudar-se deste bairro suburbano onde vivia sozinho e solicitou um posto de trabalho em plena Filadélfia.

“Isto lhe atraía muito. Aqui dezenas de profissionais, arquitetos, advogados, escritores, banqueiros e, inclusive um pintor, viviam sob o mesmo teto...”

Outro sistema de vida, enfim. Com gente, com outros seres humanos. Talvez menos perfeitos, mas algo mais emotivo. Claro que Arthur se inteirou de que seu amigo ia o abandonar. Ele o queria muito, ficou muito triste e não estava disposto a ficar sozinho. Sentia-se traído.

Haviam sido tão amigos e agora, de repente, unilateralmente, Palmerstone decide retirar-se e esquecê-lo. Arthur não podia suportar esta situação. Encheu-se de cólera e, uma noite, Palmerstone lhe pediu alguma coisa fresca, Arthur lhe deu, mas quando Palmerstone dormiu a casa continuou produzindo frio cada vez mais e assim foi como o encontraram no outro dia, morto, congelado.
(Continua na próxima postagem com texto complementar - Algo Mais Que Tecnologia)

(*) Jaime Barylko - filósofo e escritor, nasceu (1936) e morreu (dezembro,2002) em Buenos Aires. Doutor em Filosofia pela Universidade Nacional de La Plata. A maioria de seus livros tornaram-se bestsellers. Sua última obra foi publicada em 2002: Los Valores y Las Virtudes.

Nota:
Em 1997 quando me encontrava em Buenos Aires para a passagem de ano, assistia a um programa de TV quando anunciavam o lançamento do livro "Para quererte mejor - Ese difícil arte de Amar y ser feliz", de Jaime Baylko, que era o meu questionamento do momento, bem como o de minha amiga que viajava comigo. No dia seguinte saímos feitos loucas atrás de dois exemplares. Em 1998, por ocasião de um evento da Construção Civil - EMARCON, que promovia no Shopping Ponteio, contatei o escritor para fazer uma palestra. Concordou, mas no dia que deveria embarcar para Belo Horizonte, ele me telefonou dizendo que não poderia vir, pois o parto de sua nora grávida havia sido antecipado e, através de uma cesariana seu neto chegaria ao mundo e nada, nada mesmo o tiraria de perto de seu filho e dela para receber o novo membro da família. Quatro anos depois soube de seu falecimento, em 2002.

terça-feira, 17 de março de 2009

Minha Querida Amiga é "Chef"!

Adoro pessoas versáteis, ecléticas, polivalentes e dinâmicas, são a minha "cara"! A curiosidade me faz interessar por vários e diversos assuntos. Nasci pesquisadora, realmente um "must" em minha vida que não é, nunca foi e nunca será monótona.

Assim e muito mais é, também, minha querida amiga Cátia Vasconcelos. Incrível. Quem a conhece sabe que não estou exagerando. Encara positivamente os altos e baixos da vida com um sorriso estampado no rosto. Uma verdadeira vencedora.

Lobista assumida desde os tempos que "lobby" no Brasil não era visto (embora existisse escancaradamente) com bons olhos. Nos últimos anos, com as mudanças ocorridas nas esferas governamentais, vários escritórios de assessoria parlamentar em Brasília foram fechando as portas. Sabiamente Cátia apenas encolheu um pouco o seu.

Advogada, dona de um invejável currículo profissional, locomotiva dos interesses das mulheres em todas as áreas, ex-presidente do CNDM-Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (fiz parte do seu conselho). Conseguiu inúmeros recursos e batalhou para elevar o CNDM em nível de Ministério! Muito plantou e as sucessoras colhem até hoje os frutos de um árduo e incansável trabalho. Não vou aqui falar de sua biografia profissional, mas, literalmente, de uma deliciosa mudança! Descanso, para quem trabalha muito é "carregar pedras", será? Mais ou menos. Minha amiga matriculou-se no curso de Gastronomia do Instituto de Educação Superior de Brasília e no dia 13/03/2009 coroou seu sacrifício (ou diversão?) recebendo seu diploma e agora é a grande Chef Cátia Vasconcelos, a avó e companheira de quatro netos. Como não podia deixar de ser, ela foi a oradora da turma. Eis na íntegra o seu discurso:


"A idéia de homenagear as mulheres nesta solenidade deve-se a três motivos:
O primeiro, porque nessa semana, em todo o mundo comemora-se o Dia Internacional da Mulher, reverenciando a memória das 129 operárias das indústrias têxteis e de confecção que morreram queimadas ao promoveram a primeira greve reivindicatória. Trabalhadoras corajosas que tiveram a audácia de se insurgirem contra a ordem social reinante e as discriminações impostas pelo modelo patriarcal.

O segundo, para resgatar um equívoco cometido por um grande chef brasileiro de renome internacional, aqui neste auditório, sobre a participação feminina no mundo mágico da gastronomia e no comando de grandes restaurantes.

O terceiro e mais importante é o fato de estarmos assistindo a ascensão profissional da mulher no mundo dos aromas, sabores e do seu refinamento na preparação de comidas. Hoje ela constitui a maioria nos cursos oficiais de gastronomia. Ocorre o mesmo no terreno da enologia. Há pouco tempo, os cursos avançados sobre vinhos tinham no máximo 20% de alunas. Atualmente, de acordo com a Associação Brasileira de Sommeliers, as mulheres correspondem a 50% dos inscritos.Nós mulheres não somos apenas mais da metade da população do Brasil. Somos as responsáveis pela geração da vida e dos cuidados com os filhos. E a alimentação ocupa lugar de destaque na saúde e bem estar da família.

Dizem os historiadores que a gastronomia iniciou-se na era paleolítica quando o homem desceu das árvores para caçar. Índia, África, Arábia, Japão, China e a Itália dos Romanos foram os precursores da diversificação de tipos de comida. No ano de 1669, o rei Louis de França casou-se com a italiana Catherine de Médicis, esta a rainha das panelas. Em 1748, surgiu em solo francês um jovem talentoso de nome ANTOINE CARÊME que, aos 17 anos de idade foi designado o cozinheiro oficial do palácio Champps-Elisée. Em 1811, Brillat-Savarin revelou-se além de diplomata, um grande cozinheiro. Em 1885, um dos maiores cozinheiros do Mundo, AUGUST SCOUFFIER escreveu o código de todos os itens da cozinha que revolucionou o refinamento na preparação de comidas. A partir de 1960, o reformista culinarista PAUL BOCUSE e seus colegas criaram a polêmica NOUVELLE CUISINE FRANÇAISE inovando os pratos.

Agora, o grande hit do momento é o chef catalão Ferran Adrià mestre da cozinha da desconstrução.Para ele,”a cozinha é o lugar para expressar harmonia, criatividade, felicidade, beleza, poesia,complexidade, magia, humor, provocação e cultura.”

De Carême a Adrià, a cozinha elaborada e pensada sempre esbarrou nas artes plásticas. Seja a partir da estética apurada na montagem de pratos e banquetes ou do objetivo comum de despertar os sentidos de quem come, assim como de quem aprecia uma obra de arte.

Em um breve retrocesso histórico verificamos que desde o começo dos tempos, a mulher trabalhou. As tarefas eram bem definidas: ao homem, caça e pesca, e à mulher, filhos e cozinha. Mesmo com uma vida social cada vez mais complexa, essa relação da mulher com seu fogão permaneceu estável. Receitas de família são passadas mãe pra filha. E pretas velhas quituteiras, comandando a cozinha, são lembranças que ficarão para sempre. Apesar de tão estreita relação, quase todos os grandes chefes de cozinha são... Homens

Uma das batalhas do movimento feminista foi tirar as mulheres da cozinha. Afastá-las daquele ambiente engordurado e do fardo de prestar um serviço desvalorizado pela sociedade. Muitas desataram o nó do avental para ir trabalhar fora. Desde então, nunca mais pensaram na mais simbólica das tarefas domésticas. Passaram-se os anos e elas estão de volta à beira do fogão. Detalhe: animadíssimas. Mudaram as mulheres?

Não, foi a culinária que mudou. Aliás, que culinária, que nada. Agora, ir à cozinha é exercitar-se na arte da gastronomia. O cheiro de alho nas mãos, a frigideira engordurada ou o talher com cabo de madeira viraram realidade do passado. As mulheres retornaram à cozinha para lidar com utensílios inacreditáveis, temperos raros, eletrodomésticos caríssimos, receitas elaboradas e, sobretudo desobrigadas de preparar o arroz com feijão cotidiano. Nesse tradicional feudo feminino, cada vez mais, são homens que vão ao fogão.

Bem-vinda seja, pois, a democracia culinária, que nos proporcionou durante o curso a convivência amiga, cordial e fraterna com os nossos queridos colegas do sexo masculino, tão bem representados por Clóvis e Beto.

A presença de chefes mulheres nos restaurantes, começou apenas em princípio do século passado, na França.A primeira mulher da história a receber as três estrelas Michelin foi Madame Eugénie Brazier. Seu restaurante ficava a 29 km de Lyon. Conta-se que, em 1946, Paul Bocuse, que tinha na época 20 anos, foi de bicicleta pedir um emprego. Mme Brazier achou o garoto corajoso por ter feito o percurso de bicicleta e lhe deu o trabalho.

A cozinha dos restaurantes ganha, cada vez mais, um temperinho com pitadas de batom, perfume e muito charme.

No Brasil, elas chefiam 15% dos restaurantes. Destaque em Brasília para Mara Alcamin, Patronesse da nossa turma, que, com seu trabalho criativo e inovador servirá de estímulo aos formandos que disputarão este concorrido mercado de trabalho. Carla Pernambuco, Ana Luiza Trajano, Alice, Flavia Quaresma, Roberta Sudbrack., Adriana Didier , Ângela dos Anjos, Nelsa Trombino e Dona Lucinha, são algumas das grandes chefes conhecidas internacionalmente. Sem contar as quituteiras sem nome, em quase todas as esquinas, como Tia Lu - que faz a melhor tapioca no Alto da Sé, em Olinda e Dadá em Salvador, com seu saboroso acarajé.

Em 1989, o segundo ano do mundialmente famoso concurso de cozinha que leva o nome de Bocuse D’Or, realizado em Lyon, uma luxemburguesa ganhou o primeiro lugar.

Neste momento, a sensação de Paris é Hélene Darroze, com seu espaço gourmet praticamente no centro do Quartier Latin. Sua carreira está sendo vertiginosa, pois em pouco tempo conquistou estrelas no Michelin, e agora já inaugurou uma nova casa em pleno centro de Londres.

Para homenagear essa maioria feminina que está ingressando neste glamouroso mercado de trabalho um destaque especial se faz necessário:

a figura marcante de Dona Joaquina do Pompéu, apelidada de Sinhá Brava que deu origem ao primeiro núcleo organizado da civilização agrária das Gerais, de onde corriam a pé escravos-correios para Vila Rica e São Sebastião do Rio de Janeiro, e de que partiam, gemendo, tropas e tropas carregadas de gêneros para matar as fomes da Corte. Vice-Reis da Colônia, Capitães-Generais Governadores da Capitania, o Príncipe Regente Dom João e o Príncipe Regente Dom Pedro é que pediam à sertaneja a mercê de servi-los.

Á Professora Eda Machado, representada pelo Diretor Acadêmico Professor Teobaldo Rivas, grande empreendedora, que teve a sensibilidade de perceber a carência de um curso de alto nível em gastronomia, nossa admiração e respeito.

Ao querido Paraninfo Professor Bruno Rappel, nosso carinho e gratidão pelo exemplo de profissional dedicado, exigente e competente.

Um agradecimento caloroso e especial aos nossos exímios professores homenageados nesta cerimônia, grandes chefes e cozinheiros que, com paciência e generosidade, nos ensinaram as mais modernas técnicas no preparo dos alimentos e nos transmitiram a arte do refinamento das cozinhas de todo o mundo.

Nas pessoas dos professores Sebastián Parasole, Cláudia Brochado, Diego Montelongo, Rachel Caetano e Antonio Duarte que nos iniciou no mundo encantado dos vinhos, homenageamos a Diretoria do IESB,demais professores e funcionários que a nossa querida Valéria representa nessa cerimônia.

Aos meus queridos colegas, dedico uma mensagem da grande poetisa e doceira Cora Coralina:

Aninha e suas pedras

Não te deixes destruir...
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.

Muito obrigada!!!!"


Petit gâteau au chocolat - Receita Chez Cátia

Ingredientes

1 1/4 xícara (de chá) de manteiga sem sal;

3/4 xícara (de chá) de açúcar;

3/4 xícara (de chá) de farinha de trigo;

250 gramas de chocolate meio amargo em pedaços;

5 gemas;

5 ovos;

1 colher (de chá) de essência de baunilha ou rum (se desejar).

Modo de Preparo

Unte com manteiga 12 formas de 7 cm de diâmetro e reserve.

Aqueça o forno em temperatura média.

Em um bowl apoiado sobre uma panela com água quente (não fervente),

derreta o chocolate e a manteiga, mexendo delicadamente.

Em um bowl grande, misture as gemas com os ovos e o açúcar. Junte

o chocolate derretido e a farinha aos poucos, mexendo bem.

Distribua a massa nas forminhas sem prenchê-las por completo.

Asse por até 15 minutos em forno pré-aquecido e na temperatura

máxima. Os gateaux estarão prontos quando as bordas estiverem assadas

e o centro apresentar textura mole ao ser pressionado com o dedo.
Retire do forno e desenforme.

Dica:

Se desejar, sirva com sorvete de creme ou baunilha. Unte as forminhas

com manteiga e cacau em pó, que dará um efeito melhor, não use achocolatados.


terça-feira, 3 de março de 2009

Desconfiômetro

Os computadores de grande porte eram extremamente sensíveis à temperatura ambiente e necessitavam de baixas temperaturas para não capitularem! De forma semelhante, eu sempre fui vulnerável às diferenças nas quantidades de frio ou calor, principalmente à medida que se distanciavam.

Exposta às variações substanciais, logo era acometida por uma de minhas fortíssimas crises de faringite, naqueles deliciosos verões cariocas.

No Riodatacentro, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (clique na foto), onde me graduava no Mestrado em Ciência da Computação, os alunos tinham uma salinha, tipo cubículo, individual ou com algum colega, para estudarem e preparar os trabalhos práticos que utilizassem os computadores, localizados no Centro de Computação, em outro prédio do campus.

Aquelas idas e vindas para checar os programas nos faziam deslocar não só de um prédio ao outro, mas também nos submetermos às extremas variações de temperatura, tanto que, ao sairmos da sala de computadores para retornarmos às nossas salas, tínhamos que atravessar uma barreira formada pela massa de ar quente. Na maioria das vezes, o verão era um martírio para mim, pois só uma dessas passagens era suficiente para que os primeiros sintomas de faringite aparecessem.

Uma daquelas crises, que hoje felizmente diminuíram, veio tão forte fazendo-me tossir sem parar. A tal “tosse de cachorro”, como era chamada. Os acessos eram terríveis e dolorosos. Incomodavam, não só a mim, mas a todas as pessoas ao redor.

- Suzie, venha até aqui, por favor. Chamou-me um colega em um dos “cubículos” ao lado do meu.

- Sim, o que você quer? Perguntei com a voz rouca, ainda tossindo.

- Que xarope você está tomando? Respondi dizendo o nome do xarope, que não recordo , devolvendo-lhe outra pergunta:

- Você também está com tosse?

- Felizmente não, mas anotei o nome do remédio para me lembrar que ele simplesmente não funciona!

Ao sair da PUC naquele final de tarde, liguei para o médico solicitando outra medicação.