segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Uma doença nada contagiosa, mas que todos teremos!

Chamava-se Francisca a minha avó. Não me lembro qual a razão de seu apelido ter sido, durante quase toda sua vida, Filha, para os familiares e amigos mais chegados.

Filha ficou viúva aos 19 anos de idade. Com 3 filhos, dois homens e uma mulher, a minha mãe, a sua primogênita, Yara, que viria a se casar aos 16 anos, dois anos mais que sua mãe, ao contrair matrimônio com Agostinho.

Com apenas 15 anos de diferença de idade entre as duas, Francisca se tornou avó de sua primeira de muitos netos, aos 32 anos de idade! Viúva, nova e bonita, mas avó! Naquela época, ser avó significava estar velha.

Assim, quando nasci e logo em seguida outro irmão, aos 35 anos de idade Francisca já ouvia o coro de suas netinhas tagarelas gritando vovó pela casa, já que o netinho era recém-nascido!
Fez um pacto com as meninas:
- Chamem-me de mamãe e de mãezinha, a sua mãe! Pacto este que ela sempre negou ter acontecido, negando sua vaidade de não denunciar sua situação de avó, publicamente.

Quando alguém nos ouvia chamar por mamãe, questionava:

- Qual das duas?
- A Filha! Respondíamos.

Aos poucos passamos a chamar nossa avó de Mãe filha! Estranho? Nem tanto, pois quando ela tornou-se, anos depois, passou a ser chamada de Vovó-mãe-filha pelos bisnetos. Para os netos mais novos ela era apenas Filha, como para a maioria da família.

Nossos amigos também a chamavam por Mãe-filha, carinhosamente, bem como seu genro e genros e nora de sua filha, bem como de seus outros filhos.

A idade não perdoa e quando o primeiro bisneto de nossa mãe-filha já estava com cinco anos de idade, ela já apresentava algumas rugas em seu rosto, talvez resultado de seu constante e quase fixo sorriso. Sempre foi uma pessoa alegre, generosa, amiga e divertida. Ótimo astral. Uma avó muito especial aquela Vovó-mãe-filha!

Estava Francisca com seu netinho, que sempre lhe fazia companhia, quando ele, depois de olhar muito para ela perguntou:

- Vovó-mãe-filha, por que seu rosto é todo cheio de amassadinhos? Que doença você tem?
Rindo muito, ela carinhosamente respondeu:

- Não é doença! São rugas. É velhice!

domingo, 18 de outubro de 2009

DEZ SUGESTÕES PARA CONVIVER BEM COM A SUA ANSIEDADE

Prof. Luiz Machado, PhD

1) Reflita sobre qual o impacto do acontecimento de sua preocupação de hoje daqui a 6 meses, daqui a 1 ano.
2) Estabeleça seu projeto de vida. O que você realmente quer da vida?
Quais são seus objetivos, com as respectivas prioridades? Preveja, isto é, veja antes o resultado que você deseja e não deseje simplesmente, mas faça que ele aconteça, com determinação, trabalho e disciplina.
3) Aprenda a confiar no SAPE, que é o seu deus interno. Ela sabe muito mais que você e certamente ajudará a resolver as dificuldades, se você lhe der oportunidade para isso.
4) Evite brigar por coisas insignificantes. Veja primeiro se vale a pena. As discussões consomem energia de preservação, de adaptação, energia vital.
5) Relaxe. Aprenda como praticar o relaxamento físico e mental.
6) Use sempre a famosa oração: "Senhor, dai-me força para mudar aquilo que posso mudar; para aceitar o que não posso mudar; discernimento, para distinguir uma coisa da outra".
7) Lembre-se: quando você sente raiva de alguém, quando você odeia alguém, a química produzida envenena seu organismo; conseqüentemente, fazendo mal a você mesmo. Por outro lado, uma pessoa com ódio, com raiva de você, só o(a) prejudicará se você entrar na sintonia dela, se levar em consideração o que ela demonstra, diz.
8) Viva mais o momento presente, com tudo de bom e belo que ele tem. O passado deve ser visto como ele é: PASSADO, e o futuro depende do que você faz hoje.
9) Pare de se ofender por qualquer coisa. As pessoas não têm o poder de nos ofender; somos nós que nos ofendemos, de acordo com os significados que atribuímos ao que nos dizem. Analise para não ofender-se.
10) Elimine a expressão "ter que" antes da enumeração do que você vai fazer. Vá fazendo... sem reclamar, sem usar o "tenho que" como lamentação.

Nota do autor: Mesmo que você não seja religioso, lembre-se que a palavra !senhor” vem do latim sênior, que significa “mais velho” e as estruturas cerebrais que constituem o SAPE; a saber, o sistema límbico e o sistema glandular são a evolução das estruturas mais velhas (primitivas) do ser humano.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Homem tem que ser Diniz!

Os horários das aulas em minha agenda eram bastante esparsos e as dificuldades financeiras bem largas naqueles anos 70 que, para pagar as mensalidades da Escola de Engenharia Kennedy, onde, com grande sacrifício eu estava na lista dos futuros engenheiros do Brasil. O futuro, entretanto, me mostraria que engenharia não era de fato a minha vocação.

A vivência com dificuldade foi para mim patrocinadora de alguns dos melhores e mais hilários momentos de minha vida. Relembro com muito carinho as aulas ministradas no Colégio Estadual Geraldo Teixeira da Costa, em Santa Luzia, onde aprendi muito mais do que ensinei! Que saudades!

Meus alunos me ensinaram que o presente é maior que o futuro. A diferença de idade entre nós quase não existia. Em meus 19 anos de idade, muita garra, idealismo e, principalmente, necessidade de ganhar a vida para pagar os custos da faculdade foram os principais fatores que fizeram de mim uma pessoa extremamente eclética ou, para ser mais precisa, polivalente!

Santa Luzia e, particularmente o Colégio Estadual Geraldo Teixeira da Costa representam importantes e significativos momentos que jamais esquecerei. Ajudaram-me a ser quem hoje sou!
Os alunos do científico não podem imaginar o grau de importância que tiveram em minha vida. Lembro-me particularmente da Amália, inteligente, espirituosa, criativa e com muita expressividade!

Na época a carioca Leila Diniz, grande expoente na vida dos brasileiros, mulher valente, independente, corajosa e leal aos seus princípios, era o grande exemplo da mulher autêntica liberada, cantada em verso e prosa e, até os dias de hoje, lembrada como a pessoa que desafiou convenções e valores morais em plena ditadura militar

Coqueiro Verde, de Erasmo Carlos anos 70, figurava entre os maiores sucessos musicais e citava a musa “como diz Leila Diniz, homem tem que ser durão”, serviu de inspiração para uma carinhosa brincadeira de meus alunos, porque meu ciumento e possessivo namorado costumava ir me buscar ao final das aulas e estacionava o seu “Jeep” de forma a ter uma boa visão da sala de aula, que cantavam: “como diz Leila Durão, homem tem que ser Diniz”, som que até hoje ecoa em meus ouvidos!

“Viver, intensamente, é você chorar, rir, sofrer, participar das coisas, achar a verdade nas coisas que faz. Encontrar em cada gesto da vida o sentido exato para que acredite nele e o sinta intensamente.”, assim se expressou Leila Diniz, dando a receita de sua autenticidade o que nos dias de hoje significa “ser você mesmo”.