quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Desfile no Automóvel Clube


- Ficou perfeito em você, Suzely! Disse-me a vendedora.

Sim, pensava ao olhar para minha imagem refletida no espelho. Vocês já repararam como os espelhos dos vestiários das lojas e butiques mostram todas as nossas imperfeições como celulite, gordurinhas localizadas, manchas na pele, etc.? Era o que eu havia notado antes de vestir o conjunto branco com riscas pretas, em crepe, saia justa, comprimento 20 cm abaixo dos joelhos, casaco aberto e mangas compridas, muito bem talhado e elegante. - Realmente gostei, disse concordando.

- Pode ficar despreocupada, pois a Eunice Impelizieri nunca faz mais que dois modelos iguais e normalmente em manequins diferentes.

Comprei o vestido imaginando a próxima oportunidade para estreá-lo. Mesmo estando bem magra, aquele conjunto fazia-me parecer mais esbelta, disfarçando minhas pernas grossas e bumbum avantajado.

Não me recordo a data em que aquela oportunidade aconteceu, embora me lembre perfeitamente bem, como se tudo estivesse acontecendo agora, o dia em que a própria Eunice Impelizieri, que para mim figura entre as mulheres mais elegantes e belas que conheço sempre discreta e simpática, promovia um desfile beneficente no Automóvel Clube, onde as manequins seriam mulheres de nossa sociedade.

Seria o dia “D”! Vesti o novo modelo com uma blusa da Celine que comprara em Paris, anos antes, quando estava “gravidíssima”, de oito meses e meio de minha filha Tarsila. Não pude, obviamente, experimentar, mas era a única coisa que eu poderia levar sem risco naquela situação. Adoro-a e a guardo com carinho até hoje! 26 anos depois. Rosa “choque” com um belo laço imitando uma gravata, modelo clássico, sempre atual e lindo!

Naquele final da década 80, o mais britânico, como era chamado o Automóvel Clube, onde tudo acontecia e sempre reunindo a sociedade belorizontina, como o Showçaite, promoção do querido e saudoso Eduardo Couri, abria as portas para as elegantes mulheres.

Procurei um lugar na primeira fila próximo à passarela do lado das janelas para a Avenida Afonso Pena, bem no meio, tendo em frente, do outro lado, a porta principal do Salão Dourado. Sentei-me e, ao olhar para frente, senti a “Lei de Murphy”, tomar espaço, a outra que comprara o segundo conjunto igual ao meu sentava-se exatamente na mesma posição, do outro lado da passarela, usando o seu conjunto com uma blusa preta sob o casaco. Olhava para mim meio sem graça e com visível desapontamento. Talvez se não estivéssemos assim tão frente a frente, seria menos trágico, não para mim, que não me importo de ver outras pessoas usando o mesmo modelo, a não ser que eu tenha pagado o valor justo pela exclusividade, o que não era o caso.

Levantei e me dirigi ao meu “par de jarras”, percebendo que ela ficara ainda mais embaraçada e, quase sussurrando, disse em seu ouvido:
-Adoro sua roupa!
Sentindo-se mais relaxada e esboçando um largo sorriso ela respondeu:
-E eu, a sua!
Rimos muito juntamente com as outras mulheres que ouviram o nosso rápido diálogo!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

"Coaching" é um Personal de Negócios

Artigo publicado na Gazeta Mercantil em 15/10/2008

“Coaching” é um personal de negócios
por Villela da Mata - São Paulo

Essa aptidão pode ser aplicada com um reforço para a área comercial da empresa

O que há em comum entre nomes como o Bernardinho, Felipão ou Nuno Cobra, além do fato de serem treinadores esportivos e liderarem vitoriosos? A resposta é que nenhum deles ensinou nada a nenhum dos atletas.

É isso mesmo! É muita pretensão imaginar que Bernardinho ou Felipão amestraram seus jogadores rumo à vitória ou que Nuno Cobra poderia ter ensinado algo a Ayrton Senna. Esses treinadores fizeram bem mais que isso! Foram peças fundamentais para potencializar competências e despertar o desempenho máximo de cada um desses profissionais até que atingissem o topo em suas modalidades. Foram verdadeiros escavadores de aptidões e talentos. Souberam explorar qualidades, convencendo-os a manterem o foco no que realmente é importante e ainda tiveram sensibilidade para atribuir forças aos mais importantes predicados de cada um deles. Cada qual em sua modalidade, respeitando as características de cada esportista. Todos esses mestres, Bernardinho, Felipão ou Nuno Cobra figuram nessas histórias como verdadeiros “Coaches”. São personagens imprescindíveis nas conquistas e vitórias que enaltecem a história de nosso esporte, seja no futebol, vôlei ou automobilismo.

Essas importantes figuras chamadas “Coaches”, no universo esportivo, conquistaram um espaço tão fundamental nesse cenário, que, atualmente, a responsabilidade pelas conquistas já são praticamente inerentes a esses figurões. Não há mais como separar esses treinadores das grandes conquistas de seus discípulos. Analisando esses importantes resultados positivos, o mundo corporativo resolveu absorver essa figura do “Coach” e aplicá-la a realidade corporativa. Foi então criado o contemporâneo processo de Coaching com objetivo único de elevar o nível de resultados e produtividade focando o desenvolvimento de habilidades do executivo, líder ou homem de negócios.

A receita é simples, e a solução que surgiu do mundo esportivo com a figura do “Coach”, já pode ser acessada e aplicada com sucesso ao mundo dos negócios. Uma espécie de reforço coadjuvante na disputada arena comercial. Um maestro para administrar compassos e desenvolver sinergia competitiva focando e aprimorando as principais qualidades do capital humano de uma organização. Dessa forma, tal como um “personal trainer”, o Coach vai estabelecendo junto ao “atleta corporativo” circuitos de atuação específicos, trabalhando aptidões, qualidades e desempenho.

As necessidades do mundo corporativo justificam o crescimento contínuo do processo de Coaching. São diferentes “modalidades” (Executive, Career, Business, Team ou Lidership) que respeitam e obedecem a regras específicas de atuação, mas todas com um único objetivo: Resultado.

O processo de Executive Coaching não objetiva ensinar o indivíduo a ser um executivo. O profissional Coach vai ter como principal função, elevar o nível de habilidades empreendedoras do profissional e permitir que ele atue de forma mais pragmática e efetiva. Os resultados de uma empresa dependem do desempenho do executivo em todos os aspectos. Esse indivíduo que está à frente do empreendimento precisa possuir uma enorme capacidade de realizar metas, competência de liderança e gestão e ainda se tornar um mestre em gerar resultados para o negócio. Afinal, são prazos a serem cumpridos e indicadores a serem atingidos que ele ainda tem que somar, a saber, administrar vaidades humanas de seus funcionários e equipe, políticas internas da organização, a situação atual do mercado, acionistas, clientes e a própria família e vida pessoal. Para isso, o “Coach” pode funcionar como um excelente maestro nessa grande orquestra corporativa, organizando e harmonizando todos os setores.

Já o Business Coaching é solução ideal quando o assunto é desenvolver o negócio. Esse processo atua diretamente na gestão. São desenvolvidas estratégias para identificação das reais necessidades com a utilização da “expertise” do próprio empreendedor, que idealizou e investiu no negócio. Com a implantação do Coaching a tendência é conseguir maior comprometimento dos funcionários e tornar o ambiente de trabalho mais cooperativo e produtivo.
O processo de Coaching promove mudanças positivas e introduz de maneira efetiva, e em qualquer setor empresarial, uma verdadeira cultura de resultados recorrentes. O Coaching não é um acontecimento, como é considerado um treinamento motivacional ou de liderança, onde se absorve e se programa ao cotidiano apenas 22% das informações adquiridas. Coaching é um novo processo que gera e estimula uma decisão ou ação contínua, validando mudanças e os novos aprendizados de forma mais eficaz.

Um dos mais importantes líderes, Jack Welch, presidente da GE, que conseguiu em 23 anos, saltar de 14 bilhões para 410 bilhões o valor de mercado da companhia, tem uma frase que aponta o futuro do cenário organizacional no mundo. “No futuro pessoas que não forem coaches não serão promovidas. Gestores que forem Coaches será a regra”.
A figura de um profissional dotado de todos os requisitos do empreendedor somados a características de líder é cada vez mais disputado pelo mercado. O mundo dos negócios está prestes a viver uma escassez de líderes e o topo organizacional será alcançado por quem se preparar agora.

O processo de Coaching no Brasil já chegou ao expressivo índice de crescimento de 300% ao ano. Isso porque o Brasil é considerado o berço do empreendedorismo. País de grandes oportunidades e criatividade, afinal, muitos brasileiros “criam”. O brasileiro é empreendedor com enorme disposição e habilidade para superar crises, ousadia para assumir riscos e pró-atividade para criar novas empresas. Porém, nosso empreendedor, infelizmente, ainda carece de capacitação empreendedora de qualidade, que lhe forneça a base necessária para identificar oportunidades, criar a empresa e liderá-la de maneira eficiente.

As oportunidades para o Brasil

Pensando em todas essas questões que Ricardo Bellino - empresário e fundador/ mantenedor do Instituto do Empreendedor (INEMP), em parceria com a empresa Ernest & Young, se associou a Sociedade Brasileira de Coaching®, a maior referência em Coaching no Brasil e a única a ter licenciamento oficial do Behavioral Coaching Institute (BCI), o maior instituto de qualidade técnica no mundo, responsável pelo desenvolvimento da metodologia utilizada em empresas como Walt Disney, NASA, Pfizer, Sony Corporation, The Bank of New York, Ernest & Young, Lloyds Bank, Daimler Chrysler, Vodafone, entre outras.

Ricardo tem em seu currículo importantes empreendimentos. Conseguiu convencer o milionário Donald Trump a iniciar um empreendimento no Brasil e ainda virou sócio do empresário de moda Jonh Casablancas e trouxe ao Brasil uma unidade da Elite Models, a mais conceituada e importante agência de modelos no mundo. Além disso, introduziu no Brasil, o concurso Elite Look of the Year, evento que se transformou em vitrine de exportação de modelos brasileiras.

O Deal Maker, Ricardo Bellino, especialista em transformar idéias em negócios, faz parte do seleto grupo de colaboradores da publicação Gazeta Mercantil. Hoje também é o grande responsável pela visibilidade do Coaching no mundo.

Ricardo Bellino é formado pela Sociedade Brasileira de Coaching® e utiliza o processo de Coaching em seus negócios e empreendimentos. O empresário ainda é Conselheiro Estratégico em Empreendedorismo da SBC e promete democratizar o Coaching e levar a possibilidade de crescimento e desenvolvimento, com esse processo, a todos. Ricardo que tem uma grande preocupação e muita responsabilidade social afirma que “Pessoas estimuladas corretamente são grandes potenciais de prosperidade”.

Villela da Matta possui larga experiência em Executive Coaching e Life Coaching, co-desenvolveu o método Personal & Professional Coaching®. É Presidente da Sociedade Brasileira de Coaching®, membro do ICC(International Coaching Council), modelou e teve como mestres os principais Coaches da atualidade como Tad James, Anthony Robbins, Brian Tracy, Wayne Dyer, Zig Ziglair, Perry Zeus e Suzanne Skiffington, e outros. Palestrante Internacional, Psicanalista, Trainer certificado pelo Conselho Americano de PNL e Hipnoterapeuta pelo Conselho Americano de Hipnose Clínica, possui o título de MBA pela Fundação Getúlio Vargas e atuou por 20 anos em empresas do grupo Daylmer-Chrysler e Deutsche Telekom.

V.M.
Jornal Gazeta Mercantil
15/10/2008



sábado, 18 de outubro de 2008

Tubarão

Era muito bom estar de volta a São Luis, capital do Maranhão, depois de um ano, para mais uma versão do Garota Praia Brasil, evento produzido e organizado por Zé Cirilo, renomado colunista social, que reunia belas representantes de todo o país, concorrentes ao título, acompanhadas pelos respectivos colunistas que as indicaram. Um agradável encontro que fazia de São Luis, o palco de VIPS brasileiros, na década de 90.

Naqueles dias a imprensa nacional e internacional noticiara casos de tubarões atacando banhistas em algumas praias do litoral nordeste do Brasil, destacando o caso de um surfista que teve um de seus pés devorados por um tubarão em São Luís.

A imagem sangrenta, desespero e dor do rapaz não me saiam do pensamento, relembrando-me do grande sucesso de bilheteria dos anos 70, dirigido por Steven Spielberg – Tubarão. Imaginem o pânico e, pior ainda, terminar ou ter alguma parte do corpo no aparelho digestivo de uma fera marinha, sem direito à velório, já que não haveria corpo. Que horror!

Ao desembarcar no Aeroporto Marechal Cunha Machado, em São Luís fui carinhosamente recebida por amigos que nos levaram, os demais colunistas recém chegados e eu, diretamente para o hotel. Não resisti e fui logo perguntando:

- É mesmo verdadeira a notícia sobre os tubarões?

- Olha Suzely, disse-me um deles. Você sabe como a imprensa é sensacionalista, desculpem-me vocês, que também são jornalistas. O ano inteirinho o povo daqui come carne de tubarão e nunca se leu uma só linha destacando o fato! Agora só porque um pobre e faminto tubarão comeu um pezinho de um surfista, fazem o maior escândalo! Não é justo com o peixe e muito menos com as nossas belas praias que merecem ser visitadas.

Concordei sobre as praias, principalmente as de Alcântara, que me fascinaram.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A Arte de Negociar na Área de Saúde

por Suzely Ortênzio (*)

Profissionais da área da saúde, médicos executivos ou gestores estão sempre às voltas com negociação, seja de contratos de emprego, serviços, consultorias, convênios, propostas de fornecedores, parcerias e alianças de negócios, entre outros. Em cada situação, o objetivo deveria ser a negociação com princípios, “ganha-ganha”, onde se busca um acordo que atenda aos interesses das partes e em que todos saiam satisfeitos.
Um acordo sábio é o resultado de se concentrar em interesses básicos, mutuamente satisfazendo a opções e padrões justos. Além da realização de uma decisão sensata, a negociação com princípios permite conseguir eficientemente o consenso gradual em uma decisão conjunta. Tendo negócios empática e diretamente com o outro negociador, como outro ser humano, chega-se a um acordo amigável.
Negociar é fazer ajustamentos sucessivos para alcançar um acordo desejado. É uma habilidade inata no ser humano, entretanto é importante aprender e praticar as técnicas básicas da negociação. Querer “levar vantagem” é uma prática que tem se mostrado, na realidade, ser uma situação passageira e algumas vezes injusta, diferente de “aproveitar uma oportunidade”! O mundo dos negócios é imprevisível e cheio de surpresas. Vantagem hoje não significa vantagem sempre e a qualquer hora poderemos estar frente a frente com as mesmas pessoas em novas negociações.
Na área médica, mais que em qualquer outra, a ética deve ser predominante, por ser uma prestação de serviços que trata diretamente com a saúde, bem estar de seres humanos e, principalmente, suas vidas.
Planejar, negociar, decidir e agir são quatro itens vitais para o sucesso de qualquer pessoa, mas para o médico, essas habilidades têm um significado e responsabilidades maiores, pois é a qualidade de vida e a própria vida das pessoas que passam por suas mãos. Hipócrates pensou em todos estes detalhes, e seu juramento não deveria ser restrito apenas aos médicos, considerando que a maioria das profissões lida direta ou indiretamente com seres humanos.
Seja no consultório, onde a negociação médico-paciente acontece a todo instante, com pessoas distintas, diferentes problemas e situações; ou na gestão de uma clínica, hospital, convênios de saúde ou qualquer outro tipo de contratação de serviços, a habilidade e desempenho na arte de negociar podem significar bons resultados e vantagem competitiva para atrair clientes e parceiros de negócios, afinal o sucesso na vida pessoal ou profissional depende do sucesso nas negociações.

(*) Ex-presidente da Câmara Estadual de Recursos Humanos da Federaminas, vice-presidente da ADEEK – Associação dos Diplomados da Escola de Engenharia Kennedy, empresária, engenheira, jornalista, palestrante, especialista e instrutor em Métodos Extrajudiciais de Solução de Controvérsias pela Caminas/ SEBRAE/CACB- CBMAE. Diretora da Câmara Estadual da Mulher Empresária da Federaminas (Membro fundador do Conselho Empresarial da Mulher Empreendedora da AC Minas). Artigo publicado no Diário do Comércio e na Revista Up to Date.