domingo, 12 de fevereiro de 2012

Novas tecnologias interagem com o usuário e alteram o seu comportamento.

O Brasil está entre os países que têm o maior número de celulares, registrando em setembro de 2011 aproximadamente, 230 milhões de linhas habilitadas o que significa um ou mais celular por habitante.

O celular foi a primeira mídia portátil a aparecer no mercado que mais alterou o comportamento dos usuários no mundo todo! Em seguida, uma parafernália de aparelhos portáteis miniaturizados foi sendo lançada no mercado, imediatamente absorvida pela população e utilizada pelos meios de comunicação de massas.

Esta revolução tecnológica e convergência midiática têm promovido uma alteração comportamental, principalmente nos países em desenvolvimento e os que ainda são chamados de terceiro mundo, nem sempre para melhor!

Etiqueta e boas maneiras, no passado, eram consideradas parte da educação de "berço". Com o celular, desde sua chegada ao mercado consumidor, a afirmativa passou a ser falsa, uma vez que não havia precedente parecido nas gerações anteriores.

O bom senso, entretanto, sempre deveria prevalecer, mas não é o que acontece, desde então e parece que as boas maneiras e respeito, para a maioria, deixaram de existir. Sim, respeito! Ao soar o toque de um celular, as pessoas que baixaram toques semelhantes, interrompem qualquer conversação, ansiosamente, para verificar se o aparelho que chama é o seu, ignorando completamente quem está à sua frente ou a seu redor. Ao identificar o chamado, responde normalmente em voz alta, iniciando uma conversação com a pessoa do celular, quase sempre sem pedir licença ou se desculpar, são raros os casos de urgência. O que pode ser mais urgente do que dar atenção e respeito à pessoa que está a seu lado?

Em locais públicos, bares e restaurantes, os usuários (e viciados) gritam, uma vez que não conseguem ouvir direito, acham que o seu interlocutor é surdo ou está igualmente num local de muito barulho. A privacidade vai para as cucuias! Ouve-se o que quer e o que não se quer.

Os iphones e tablets são igualmente manipulados a qualquer hora e local, sem falar nas pessoas que já nem sabem viver sem o fone de ouvido do ipod ou iphone, alheios ao que acontece.

É aconselhável e desejável, é claro, que se desligue ou coloque no modo silencioso o seu celular em várias situações e locais como: consultórios médicos, restaurantes, principalmente se está acompanhado por uma ou mais pessoas (mesmo que sejam de sua intimidade), velórios, igrejas, teatros, cinemas, e tantos outros lugares que o bom senso vai sempre acusar.

Nem mesmo seria necessário, por exemplo antes de uma palestra, que se solicitasse aos participantes que desligassem os seus respectivos celulares e smartphones. O ressoar de um celular atrapalha e interrompe qualquer aula, palestra, discurso, teatro e filme em uma sala pública.
Algumas regras e mandamentos para o uso do celular, tablet ou aparelho similar:
1. Coloque o seu aparelho a seu serviço e jamais se torne seu escravo.
2. Aprenda a desligar o aparelho e a se desligar dele.
3. Fale em voz baixa, pois cada aparelho celular tem um amplificador e do outro lado da linha um interlocutor que poderá informar se está ou não ouvindo bem.
4. Desligue o celular ou coloque-o no silencioso, sempre que estiver conversando com uma ou mais pessoas. Em um encontro social, ou qualquer evento em que esteja diretamente em contato com outras pessoas. É de bom-tom que o faça na frente de todos para que sigam o exemplo. Por outro lado isto demonstra boas maneiras e, principalmente, mostra que você está dedicando total atenção ao encontro. Simpático, não?
5. SEMPRE peça licença para atender a uma chamada, e o faça somente se for muito necessário, pois pelo visor é possível identificá-la. E, caso tenha mais de uma pessoa no grupo, afaste-se para falar mais à vontade. A privacidade é um direito de todos.
6.Respeite e lei e jamais atenda, fale, ou envie mensagens do seu telefone ao dirigir um carro. Não é só sua segurança que está em jogo, mas a dos outros motoristas e, principalmente, de seu bolso.
7. Não use o celular de outra pessoa.
8. Não coloque o celular sobre a mesa em restaurantes, mantenha-o no bolso ou bolsa. Muitas pessoas o fazem e não conseguem tirar os olhos do aparelho e, quando ele toca, sacam dele como se fosse uma arma.
9. Expressamente proibido: levar o celular para o banheiro; deixar mensagens muito longas em seu ou de outrem; manter o celular ligado em funerais, casamentos, coquetéis, aulas e qualquer local onde seja restrito o seu uso ou exija silêncio e respeito.
10. Aja sempre com bom senso, respeito, superioridade (homem/ máquina), pois a dependência é quase a mesma que se tem de uma droga qualquer. Reflita.

Você mesmo pode completar esta lista com suas próprias observações e experiências!

sábado, 8 de maio de 2010

Los Angeles County Museum of Art


Cheguei ao museu bem antes da hora de sua abertura devido a uma informação errada sobre o horário de funcionamento. Estava em LA para uma temporada de 30 dias em julho de 2009.

Para não perder a viagem, resolvi esperar pelo tempo que faltava e segui para o parque que faz parte do complexo do LACMA, mas antes entrei num restaurante e pedi um café “para levar” (um copo grande com uma tampa de plástico, que é visto nas mãos de muitas pessoas nas ruas lá nos Estados Unidos).
Ao entrar no parque vi uma senhora que se sentara num banco de concreto, sob uma bela e grande árvore. Ela fazia anotações em um caderno sobre a mesa, igualmente de concreto. Aproximei-me e perguntei a que horas o museu abriria, pois já haviam me informado dois horários diferentes.
Com muita segurança ela me respondeu e minha próxima pergunta foi se ela também esperava para visitar o museu.
- Não. Aqui é meu escritório!
Reparei, então que ela tinha uma grande sacola sobre o banco, livros e outros objetos.
- Sofro de claustrofobia e venho aqui trabalhar, estou escrevendo um livro.
Curiosa, disse:
-Deixe-me apresentar: - Sou Suzely, do Brasil e resolvi passar a manhã visitando o museu, mas fui informada de que o de Arte Contemporânea e o de Arte Moderna só abrem ao meio-dia e que este abriria às 9 h. Posso me assentar aqui com você?
- Sim, sou Rosa.
Minha curiosidade estava aguçada e iniciamos uma conversa.
Pelo seu sotaque percebi que ela não era americana. Russa, disse ela, nasci na Rússia e moro aqui há alguns anos.
Escrevia um livro sobre “Kharma”.
Havia escrito um livro em 2004, mas o perdera. Cansou de procurá-lo e depois desistiu por entender que “ELE” (Deus) não lhe havia dado permissão, caso contrário o teria encontrado. Escrevia tudo à mão pelo fato de não ter um computador.
Entre várias passagens de sua vida que me narrou, tivera uma filha, mas não sabia dela, pois teve um problema de amnésia por vários anos.
Conversa vai, conversa vem, o tempo passando e nós duas ali sentadas. Despreocupada com horário ali continuei escutando atentamente o que me contava aquela pessoa diferente, culta e interessante.
Onde você mora, perguntei. – Aqui mesmo e, tudo que tenho está aqui nesta sacola.
-Aqui no parque? Perguntei incrédula. –Sim.
Percebi, enquanto conversávamos que Rosa era cumprimentada por muitas pessoas e babás que ali estavam com as crianças. Afinal o parque, além de lindo, limpo e agradável, é público. Uma senhora se aproximou com um pacote e uma garrafa de refrigerante. Rosa agradeceu e me contou que era seu almoço. Pessoas generosas sempre lhe traziam comestíveis.
Despedi-me e fui visitar o museu, aliás, um dos museus que fazem parte do complexo LACMA.
No dia seguinte retornei ao LACMA para visitar outras exposições e lá estava a Rosa cercada de pessoas. Tinha estendido um lençol no chão ao lado de sua sacola e ao me ver acenou a mão. O dia estava lindo. Fiquei imaginando como é que seria a vida de Rosa durante o inverno e nas temporadas de chuva, mas depois notei que há muitos lugares para ela se proteger e, com aval dos seguranças do museu! Rosa, um exemplo da vida simples e cheia de histórias e aventuras.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mudanças Possíveis e Desejáveis


Terminamos 2009 e logo concluiremos mais uma década onde presenciamos, entre tantos fatos inéditos e inesperados, a eleição de Barack Obama, o primeiro presidente afro americano dos Estados Unidos, como o negro é chamado lá no território do tio Sam, e que nós brasileiros denominamos mulato, a boa mistura de branco com negro. Famosas e aplaudidas são nossas mulatas, mulheres lindas. Já nossos mulatos e negros sobressaem-se no futebol, no carnaval e na música popular (o que mostra os talentos de uma raça com dons especiais). Lamentavelmente, ainda é insignificante o número de pessoas da raça negra que tem acesso às universidades, aos cargos públicos, às câmaras municipais e ao Congresso Nacional. Poucos tem destaque econômico-social, como consequencia de tantas barreiras ainda existentes, entretanto a competência e o merecimento sempre sobressaem independentemente de raça ou credo.

No poder judiciário, aqui no Brasil, a década também contemplou a raça quando, em 2004 a primeira mulher negra, a baiana Neuza Maria Alves da Silva, que já estava magistratura federal desde 1988, foi promovida por merecimento, para o cargo de Desembargadora junto ao Tribunal Regional Federal da 1a. Região, sediado em Brasília. Vale lembrar outra baiana que foi a primeira juíza negra em 1984, Luislinda Dias Valois Santos e o primeiro Ministro negro no Superior Tribunal da Justiça (STJ), nomeado em 2008, que foi o desembargador Benedito Gonçalves, do Rio de Janeiro. Um marco para nossa história e para nosso camuflado racismo ”à brasileira”, que cerceia, ainda, iguais oportunidades para todos, apesar das leis existentes (aliás, papel aceita tudo!). Entretanto percebemos a vitória da inteligência, competência e do merecimento.

Desde 2003 o primeiro ministro negro nomeado pelo presidente Lula para o Supremo Tribunal de Justiça (STF) tem surpreendido e agradado a maioria dos brasileiros e, para nosso orgulho, é um “filho de Minas”, sim, um mineiro de Paracatu, uai! Com um invejável currículo, Joaquim Barbosa tem sido aplaudido, como um homem de coragem, culto, brilhante e competente.

Com ideias inovadoras e enfrentando grandes desafios, ele á a favor do aborto, é contrário ao poder do Ministério Público de arquivar inquéritos administrativamente ou de presidir inquéritos policiais e, principalmente, entre tantos outros de seus posicionamentos, ele é totalmente contrário ao foro privilegiado para autoridades, o que tem o apoio da maioria dos brasileiros.

Considerando que o foro privilegiado é, como nos tem sido mostrado, sinônimo de impunidade, todos queremos acabar com esse mal. Colocar um fim nos ”mensalões”, “valeriodutos”, distribuição de “panetones” e “propinas”;"fantasmas, “laranjas”, “caixa dois”, “orações para o Durval”, “exploradores da fé” e tantos outros crimes até agora impunes. A impunidade é a semente do maior atentado contra a dignidade e segurança do povo brasileiro, assassina da ética e incentivadora da corrupção. É um câncer social.

O ano 2010 chega acenando possibilidade de mudanças. Ano eleitoral de caça ao voto. Difícil para o leitor considerando que quase todos os partidos políticos estão envolvidos em escândalos e poucos são os candidatos probidosos e idôneos, que realmente têm compromisso real com a democracia e o povo.

Que Deus nos inspire e proteja para mantermos vivas as nossas esperanças!
Feliz 2010!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Uma doença nada contagiosa, mas que todos teremos!

Chamava-se Francisca a minha avó. Não me lembro qual a razão de seu apelido ter sido, durante quase toda sua vida, Filha, para os familiares e amigos mais chegados.

Filha ficou viúva aos 19 anos de idade. Com 3 filhos, dois homens e uma mulher, a minha mãe, a sua primogênita, Yara, que viria a se casar aos 16 anos, dois anos mais que sua mãe, ao contrair matrimônio com Agostinho.

Com apenas 15 anos de diferença de idade entre as duas, Francisca se tornou avó de sua primeira de muitos netos, aos 32 anos de idade! Viúva, nova e bonita, mas avó! Naquela época, ser avó significava estar velha.

Assim, quando nasci e logo em seguida outro irmão, aos 35 anos de idade Francisca já ouvia o coro de suas netinhas tagarelas gritando vovó pela casa, já que o netinho era recém-nascido!
Fez um pacto com as meninas:
- Chamem-me de mamãe e de mãezinha, a sua mãe! Pacto este que ela sempre negou ter acontecido, negando sua vaidade de não denunciar sua situação de avó, publicamente.

Quando alguém nos ouvia chamar por mamãe, questionava:

- Qual das duas?
- A Filha! Respondíamos.

Aos poucos passamos a chamar nossa avó de Mãe filha! Estranho? Nem tanto, pois quando ela tornou-se, anos depois, passou a ser chamada de Vovó-mãe-filha pelos bisnetos. Para os netos mais novos ela era apenas Filha, como para a maioria da família.

Nossos amigos também a chamavam por Mãe-filha, carinhosamente, bem como seu genro e genros e nora de sua filha, bem como de seus outros filhos.

A idade não perdoa e quando o primeiro bisneto de nossa mãe-filha já estava com cinco anos de idade, ela já apresentava algumas rugas em seu rosto, talvez resultado de seu constante e quase fixo sorriso. Sempre foi uma pessoa alegre, generosa, amiga e divertida. Ótimo astral. Uma avó muito especial aquela Vovó-mãe-filha!

Estava Francisca com seu netinho, que sempre lhe fazia companhia, quando ele, depois de olhar muito para ela perguntou:

- Vovó-mãe-filha, por que seu rosto é todo cheio de amassadinhos? Que doença você tem?
Rindo muito, ela carinhosamente respondeu:

- Não é doença! São rugas. É velhice!

domingo, 18 de outubro de 2009

DEZ SUGESTÕES PARA CONVIVER BEM COM A SUA ANSIEDADE

Prof. Luiz Machado, PhD

1) Reflita sobre qual o impacto do acontecimento de sua preocupação de hoje daqui a 6 meses, daqui a 1 ano.
2) Estabeleça seu projeto de vida. O que você realmente quer da vida?
Quais são seus objetivos, com as respectivas prioridades? Preveja, isto é, veja antes o resultado que você deseja e não deseje simplesmente, mas faça que ele aconteça, com determinação, trabalho e disciplina.
3) Aprenda a confiar no SAPE, que é o seu deus interno. Ela sabe muito mais que você e certamente ajudará a resolver as dificuldades, se você lhe der oportunidade para isso.
4) Evite brigar por coisas insignificantes. Veja primeiro se vale a pena. As discussões consomem energia de preservação, de adaptação, energia vital.
5) Relaxe. Aprenda como praticar o relaxamento físico e mental.
6) Use sempre a famosa oração: "Senhor, dai-me força para mudar aquilo que posso mudar; para aceitar o que não posso mudar; discernimento, para distinguir uma coisa da outra".
7) Lembre-se: quando você sente raiva de alguém, quando você odeia alguém, a química produzida envenena seu organismo; conseqüentemente, fazendo mal a você mesmo. Por outro lado, uma pessoa com ódio, com raiva de você, só o(a) prejudicará se você entrar na sintonia dela, se levar em consideração o que ela demonstra, diz.
8) Viva mais o momento presente, com tudo de bom e belo que ele tem. O passado deve ser visto como ele é: PASSADO, e o futuro depende do que você faz hoje.
9) Pare de se ofender por qualquer coisa. As pessoas não têm o poder de nos ofender; somos nós que nos ofendemos, de acordo com os significados que atribuímos ao que nos dizem. Analise para não ofender-se.
10) Elimine a expressão "ter que" antes da enumeração do que você vai fazer. Vá fazendo... sem reclamar, sem usar o "tenho que" como lamentação.

Nota do autor: Mesmo que você não seja religioso, lembre-se que a palavra !senhor” vem do latim sênior, que significa “mais velho” e as estruturas cerebrais que constituem o SAPE; a saber, o sistema límbico e o sistema glandular são a evolução das estruturas mais velhas (primitivas) do ser humano.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Homem tem que ser Diniz!

Os horários das aulas em minha agenda eram bastante esparsos e as dificuldades financeiras bem largas naqueles anos 70 que, para pagar as mensalidades da Escola de Engenharia Kennedy, onde, com grande sacrifício eu estava na lista dos futuros engenheiros do Brasil. O futuro, entretanto, me mostraria que engenharia não era de fato a minha vocação.

A vivência com dificuldade foi para mim patrocinadora de alguns dos melhores e mais hilários momentos de minha vida. Relembro com muito carinho as aulas ministradas no Colégio Estadual Geraldo Teixeira da Costa, em Santa Luzia, onde aprendi muito mais do que ensinei! Que saudades!

Meus alunos me ensinaram que o presente é maior que o futuro. A diferença de idade entre nós quase não existia. Em meus 19 anos de idade, muita garra, idealismo e, principalmente, necessidade de ganhar a vida para pagar os custos da faculdade foram os principais fatores que fizeram de mim uma pessoa extremamente eclética ou, para ser mais precisa, polivalente!

Santa Luzia e, particularmente o Colégio Estadual Geraldo Teixeira da Costa representam importantes e significativos momentos que jamais esquecerei. Ajudaram-me a ser quem hoje sou!
Os alunos do científico não podem imaginar o grau de importância que tiveram em minha vida. Lembro-me particularmente da Amália, inteligente, espirituosa, criativa e com muita expressividade!

Na época a carioca Leila Diniz, grande expoente na vida dos brasileiros, mulher valente, independente, corajosa e leal aos seus princípios, era o grande exemplo da mulher autêntica liberada, cantada em verso e prosa e, até os dias de hoje, lembrada como a pessoa que desafiou convenções e valores morais em plena ditadura militar

Coqueiro Verde, de Erasmo Carlos anos 70, figurava entre os maiores sucessos musicais e citava a musa “como diz Leila Diniz, homem tem que ser durão”, serviu de inspiração para uma carinhosa brincadeira de meus alunos, porque meu ciumento e possessivo namorado costumava ir me buscar ao final das aulas e estacionava o seu “Jeep” de forma a ter uma boa visão da sala de aula, que cantavam: “como diz Leila Durão, homem tem que ser Diniz”, som que até hoje ecoa em meus ouvidos!

“Viver, intensamente, é você chorar, rir, sofrer, participar das coisas, achar a verdade nas coisas que faz. Encontrar em cada gesto da vida o sentido exato para que acredite nele e o sinta intensamente.”, assim se expressou Leila Diniz, dando a receita de sua autenticidade o que nos dias de hoje significa “ser você mesmo”.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Necessidade da Educação Cívica e Política na Infância

Os primeiros passos, as primeiras palavras e brincadeiras dos filhos são ensinadas e acompanhadas pelos pais ou pessoas por eles delegadas como babás, avós, tios ou outras pessoas que cuidam das crianças desde os primeiros meses de idade.

Aos pais cabe ensinar boas maneiras, princípios, valores, respeito ao próximo, religião, diferenças entre sexos e tantos outros ensinamentos para que seus filhos aprendam a se portar na vida.

Normalmente os pais impõem aos filhos valores morais e princípios religiosos, entretanto, quando se trata de política costumam declarar: “isto não é assunto para criança”, então o assunto vira tabu, não é discutido e só aparece anos depois, se aparecer! Assim tem sido na vida de muitas pessoas que, por não terem recebido educação política, não discutem e cumprem o dever de votar apenas pela obrigatoriedade imposta no país e sem saber ou ter critérios para escolherem seus candidatos.

Claro que política é assunto de criança, que deve ser educada para honrar seus deveres e direitos como cidadão. Para compreender o processo político é necessário compreender como funcionam os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e saber o que significa e implica eleger nossos representantes e o que a eles está determinado como missão.

Observando os últimos acontecimentos tanto nas esferas políticas, administrativas e judiciárias, que têm deixado perplexa e desacreditada a maioria da população esclarecida e as outras sem saber o significado da ética e as conseqüências que a ausência dela provoca em nossas vidas, chego à conclusão de que a primeira cartilha infantil deveria ser sobre os direitos humanos e os deveres acarretados. Depois, saber os direitos e deveres do cidadão segundo a Carta Magma da nação, bem como a importância do que ali está determinado!

Amar a pátria e respeitar os seus símbolos é conseqüência de ensinamentos e praticas que devem iniciar desde a primeira infância, como acontecia em tempos remotos, onde as crianças aprendiam e cantavam o belo hino nacional e outros de acordo com a data comemorativa. Hastear a bandeira nacional semanalmente era uma cerimônia obrigatória e, lembro-me, o fazia com orgulho e prazer.

Uma vez que estes princípios de cidadania sejam incutidos e aprendidos na infância, pode provocar o nascimento de um interesse natural pelo que acontece ao redor de cada um, bem como a observação das diferentes crenças, da avaliação do certo e errado, segundo as regras de consenso universal e o aprendizado do respeito mútuo.

A educação cívica e política desde os primeiros anos de vida é salutar para a criação de verdadeiros cidadãos conscientes de suas responsabilidades para com a pátria e seus concidadãos. Este aprendizado deve ser contínuo, evoluindo gradativamente, principalmente através do incentivo à leitura, a participação em solenidades cívicas e debates onde a opinião da criança, adolescente ou adulto seja levada em consideração e respeitada , bem como o seu direito de livre expressão e escolha. Quem aprende a se dar o respeito, respeita igualmente ao próximo.

Assim possivelmente poderemos ter cidadãos conscientes, interessados e capazes de participar ativamente da vida socioeconômica e política do país. Com conhecimento acumulado através da educação cívica, cada um poderá escolher melhor os seus representantes e governantes e, consequentemente participar do desenvolvimento da nação.

Uma longa jornada até os 16 anos quando passa, então, a ter o direito de votar.

Há de levar em conta que a carência de educação cívica e interesse político da maioria dos pais e mestres são grandes. Torna-se necessário, então, que esta lacuna seja preenchida de alguma forma.

Qualquer reforma política não será completa se não houver consciência política dos cidadãos e a melhor forma de se conseguir isto é através da educação da criança e, através de cada uma, sensibilizar e educar seus pais.

Já disse o poeta: “Criança, ama com fé e orgulho a terra em que nasceste”!

Suzely Ortênzio